quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

vagas de estágio para os sites Palco MP3 e Letras.mus.br

Olá, pessoal!

Interessados devem cadastrara seus currículos no site da Studio Sol. Estão disponíveis duas vagas de estágio para os sites Palco MP3 e Letras.mus.br, dois dos maiores portais de música do Brasil, que podem interessar a você ou a algum amigo.

Para se candidatar, é preciso cadastrar o currículo no site (só para quem ainda não fez isso - se vc cadastrou há muito tempo podeatualizá-lo se quiser) e fazer provas online de inglês e português.

A empresa busca colaboradores dinâmicos, com facilidade no relacionamento interpessoal e pró-ativos. O candidato deve cursar o 1º, 2º ou 3º período dos cursos: Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas), Design Gráfico ou Música.
  • Modelo: Estágio
  • Cursos: Comunicação Social ou Design (até o terceiro período)
  • Horário: 25 horas por semana, de 13h às 18h de segunda à sexta-feira
  • Bolsa: R$525,00
  • Benefícios: Vale-transporte
  • Local de trabalho: Belo Horizonte/MG
  • Atividades: Moderação/geração de conteúdo musical, relacionamento com os usuários
  • Pré-requisitos: Habilidade com softwares de áudio, facilidade no uso de computador e internet, inglês e boa redação.
  • Desejável: Conhecimento geral de música, artistas e bandas.
  • Clique aqui para mais informações, enviar ou atualizar seu currículo e fazer as provas dessa vaga.

A empresa busca colaboradores dinâmicos, com facilidade no relacionamento interpessoal e pró-ativos. O candidato deve cursar até o 5º período do curso de Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas).
  • Modelo: Estágio
  • Cursos: Comunicação Social ou Design (até o terceiro período)
  • Horário: 30 horas por semana, das 7h às 12h, de segunda à sábado
  • Bolsa: R$630,00
  • Benefícios: Vale-transporte
  • Local de trabalho: Belo Horizonte/MG
  • Atividades: Moderação/geração de conteúdo musical, relacionamento com os usuários
  • Pré-requisitos: Habilidade com softwares de edição de imagem, facilidade no uso de computador e internet, inglês e boa redação.
  • Desejável: Conhecimento geral de música, artistas e bandas.
  • Clique aqui para mais informações, enviar ou atualizar seu currículo e fazer as provas dessa vaga.

Maiores informações:

www.studiosol.com.br / (31) 2127-2540

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sindicato oferece curso sobre radiojornalismo no próximo dia 18


No dia 18 de dezembro, sábado, das 8h às 18h, será realizado o Curso “Desafios do Radiojornalismo” que irá oferecer conteúdo capaz de efetivar a aprendizagem na área.
O curso será ministrado pelo jornalista Fábio Martins que trabalhou nas rádios Itatiaia e Inconfidência e é professor de radiojornalismo da PUC Minas, Fafi-BH(UNIBH) e UFMG. 
Foi ele a primeira pessoa da imprensa mineira a descobrir e divulgar com dois dias de antecedência o plano dos militares para o Golpe de 64. Escreveu sobre a estada de Noel Rosa em Belo Horizonte na década de 30 no livro "Senhores ouvintes, no ar... a cidade e o rádio". 
Edita o periódico "Rádio em Revista" do Departamento de Comunicação Social da UFMG.
Serão contemplados os seguintes temas: linguagem radiofônica, texto, técnicas de redação, o uso da lauda, edição, gravação e sonoplastia de jornais falados, locução, entrevistas e reportagens.
O curso será realizado na Una (Rua da Bahia, 1764).
Para participar é necessário se inscrever com antecedência. 
Estudantes e jornalistas sindicalizados em dia pagam R$ 30,00. Jornalistas não-sindicalizados pagam R$ 60,00.
Mais informações pelos telefones: (31) 3224-5450/5011 ou pelo e-mail eventos@sjpmg.org.br.


retirado de: http://www.sjpmg.org.br

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O pensamento industrial brasileiro

A história do cinema brasileiro desde há muito é concebida por cineastas e historiadores como uma série de ciclos ou fases que se sucedem sem linhas de continuidade forte. Essa perspectiva marca os dois textos fundadores da historiografia do nosso cinema. No caso da Introdução ao cinema brasileiro (Viany, 1959), no que pese o esforço de Alex Viany em construir uma tradição da representação do popular ao longo da história da nossa cinematografia através de filmes como Favela dos meus amores (Humberto Mauro, 1935), Moleque Tião (José Carlos Burle, 1943) e Rio, 40 graus (Nelson Pereira dos Santos, 1955), são significativas as dificuldades de permanência dos “surtos regionais” que se estiolam em si mesmos em cidades como Recife ou Campinas, o desconhecimento sobre as relações de mercado nas diferentes tentativas de industrialização (Cinédia, Brasil Vita Filmes e Vera Cruz) de maneira que elas acabam frustradas ou ainda a impossibilidade de diretores continuarem sua carreira cinematográfica sem muitas interrupções.

Já o texto “Panorama do cinema brasileiro: 1896/1966” (Gomes, 1980) tem como fundamento para a divisão das suas diferentes “épocas” a irrupção de alguma crise na produção que coloca fim a determinado período (Bernardet, 1995, p. 51). No nível da construção do texto, isso resulta no encapsulamento das “épocas” de maneira que cada uma pouco se relaciona com as outras – e nesse sentido é significativo que Paulo Emílio Salles Gomes reúna na mesma “época” a Vera Cruz e o Cinema Novo, indicando para o fato de que o crítico acreditava haver fortes relações entre esses dois momentos da produção.
O cineasta Eduardo Escorel, em texto no qual reflete criticamente sobre os impasses da “retomada” da produção ocorrida a partir da segunda metade dos anos 1990, após a longa agonia da Embrafilme nos anos 1980 e a política de terra arrasada do governo Fernando Collor de Mello, lembra que o cinema brasileiro seria marcado pelos “ciclos”.

O que os historiadores chamam de “ciclos” nada mais é do que o intervalo de tempo, em geral relativamente curto, entre as grandes expectativas e as crises que têm pontuado a história do cinema brasileiro. É um eterno recomeçar que viveu um dos momentos de expectativas mais positivas, posteriormente frustradas, nos anos 70, e que estaria então, ainda uma vez, vencendo uma doença terminal. A reincidência desse processo deveria servir como um sinal de alerta. A lição da história indica que a euforia pode ser passageira. Afinal, as crises parecem ser um traço definidor do nosso caráter subdesenvolvido (Escorel, 2005, p. 14).

Ou seja, na concepção de Eduardo Escorel, como na de outros cineastas, o cinema brasileiro é algo descontínuo ou, pelo menos, que possui grande dificuldade em manter linhas de continuidade de qualquer espécie – modo de produção, expressão estética, relação com o público, expressão cultural, atividade industrial etc.
Historiadores e cineastas apresentam essa concepção de descontinuidade da história do cinema brasileiro em decorrência da dificuldade em se manter a produção de longas-metragens em níveis quantitativos expressivos e da recorrente falta de acesso do produto ao mercado. Significativo desse quadro geral é o fato de que o cinema brasileiro nunca conseguiu se industrializar efetivamente.


No que pese tal situação, se de fato a produção de longas e sua relação com o mercado é descontínua e problemática, o pensamento sobre a indústria cinematográfica brasileira apresenta notável continuidade histórica. Em trabalho anterior, defendi mesmo a hipótese de que até o fechamento da Embrafilme em 1990 – em um dos primeiros atos do presidente Fernando Collor de Mello – o pensamento industrial cumpriu sobretudo a função de alcançar e manter a unidade ideológica da corporação cinematográfica, pois quase nunca se colocou em dúvida a importância da industrialização. 

Acima das diferenças, a corporação encontrava-se unificada pela crença no papel fundamental da indústria, tornando-se um dos componentes ideológicos essenciais na cristalização da ideia e do discurso sobre o que é e o que deveria ser o cinema brasileiro.


Efetivamente o pensamento industrial foi imposto por determinados setores da corporação ao seu conjunto em um processo lento, porém contínuo, que se estendeu da década de 1920 até a de 1980, determinando a referida unificação. Se em um primeiro momento o papel de vanguarda coube a Adhemar Gonzaga e Pedro Lima, posteriormente poder-se-ia relacionar entre outros destacados ideólogos Humberto Mauro, Edgard Roquette-Pinto, Moacyr Fenelon, Alex Viany, Nelson Pereira dos Santos, B. J. Duarte, Cavalheiro Lima, Mario Civelli, Flávio Tambellini, Paulo Emílio Salles Gomes, Gustavo Dahl, Carlos Diegues, Glauber Rocha e Luiz Carlos Barreto (Autran, 2004, pp. 234-5).


Neste texto proponho verificar se atualmente o pensamento industrial da corporação cinematográfica mantém vínculos com o ideário anterior a 1990. Haveria o impacto do fechamento da Embrafilme representado um elemento de ruptura no nível das ideias? Ou elas continuam as mesmas? Ou ainda, apresentam mudanças parciais diante do contexto da globalização?


A distribuição: onde começa o inferno


O mercado cinematográfico não é algo natural e nem se constituiu ao acaso: ele foi conformado como um produto da indústria. Neste sentido, trata-se de um sistema estruturado tomando-se por base interesses das majors (Creton, 1997, p. 20). Se até a I Guerra Mundial produtores franceses, italianos, dinamarqueses e norte-americanos disputavam o mercado internacional, com o conflito, estes últimos tomam conta do
negócio cinematográfico. Segundo André Gatti:As grandes produtoras-distribuidoras buscaram a internacionalização e a penetração, em larga escala, nos mercados externos para financiar suas atividades produtivas e aumentar seus lucros, diminuindo os riscos e eliminando a concorrência. Com a finalidade de buscar uma inserção econômica global, as produtoras-distribuidoras criaram empresas especializadas em exportar filmes (Gatti, 2007, p. 24).

No caso do Brasil, o que ocorreu foi a ação das distribuidoras norte-americanas em associação com o exibidor brasileiro, de maneira a tornar amplamente predominante o produto importado e resultando no alijamento do produto nacional do mercado ainda na década de 1910. Dentre vários exemplos de como o mercado brasileiro foi moldado pela indústria, para além da imposição de determinados tipos de produtos, pode-se mencionar a criação da “linha de exibição” – estratégia de circulação do filme pela qual ele estreava em uma sala com ingresso mais caro e daí passava para as salas mais baratas – bem como de modernas estratégias de marketing para a divulgação das fitas (Gatti, 2007, pp. 54-5).

Nos anos 1950, especialmente em decorrência da experiência da Vera Cruz, fica claro que para além de grandes capitais, estúdios, equipamentos de ponta, técnicos de primeira linha e artistas talentosos, fazia-se necessário buscar articular melhor a produção com a distribuição, posto que este último setor encontrava-se dominado pelo capital estrangeiro e constitui-se no elo central que permite o acesso do filme ao mercado. Foram duas as principais respostas à questão da distribuição: a formação de uma distribuidora única de filmes brasileiros ou a associação com as distribuidoras de filmes estrangeiros.

Ainda no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro em 1952, o crítico e cineasta Alex Viany apresenta a tese intitulada “Distribuidora única para os filmes brasileiros”. Em texto publicado em 1954, o mesmo Viany afirma que a distribuição é um “problema fundamental” e defende a criação da distribuidora única de filmes brasileiros financiada pelos produtores e com a fiscalização do Estado. Na mesma época, o crítico ataca o fato de a Vera Cruz entregar a distribuição dos seus filmes para empresas estrangeiras.
Em 1961, surge o projeto assinado pelo cineasta César Mêmolo, pelo exibidor José Borba Vita e pelos críticos Almeida Salles e Rubem Biáfora, de constituição de uma distribuidora única para os filmes brasileiros, bancada pelo estado de São Paulo, ou seja, uma distribuidora estatal. Trata-se do prenúncio do que foi colocado em prática pela Embrafilme que, por meio de um órgão estatal, centralizava a distribuição da maior parte dos filmes brasileiros, de maneira a torná-los mais fortes no mercado.

De outro lado, havia aqueles que acreditavam na possibilidade de induzir as distribuidoras estrangeiras a trabalhar com o filme brasileiro. O Geicine (Grupo Executivo da Indústria Cinematográfica), órgão governamental que tinha à sua frente o crítico, produtor e diretor Flávio Tambellini, apresentou, em 1961, proposta na qual se previa a obrigatoriedade de toda distribuidora instalada no Brasil operar com, pelo menos, um filme nacional para cada dez estrangeiros, bem como facultar ao distribuidor estrangeiro produzir ou coproduzir filmes no Brasil por meio da utilização de até 1/3 do imposto de consumo devido.

Buscava-se assim formar um fundo de capitais para a produção, e as fitas daí resultantes teriam idealmente possibilidades no mercado em virtude do interesse dos distribuidores – os quais participariam da produção e deveriam cumprir a legislação. Essas propostas, entretanto, nunca foram colocadas em prática. Quando muito, o que se conseguiu, em 1962, foi que as distribuidoras estrangeiras tivessem a possibilidade legal de investir na produção 40% do imposto sobre a sua remessa de lucro. No entanto, houve pouco interesse por tal possibilidade até 1966, quando, por conta da criação do INC (Instituto Nacional de Cinema), altera-se a lei, destinando a esse órgão os montantes que não fossem utilizados pelas empresas. Fica claro que somente diante da inevitabilidade da utilização de recursos financeiros na produção, as distribuidoras estrangeiras passaram a investir na coprodução de filmes brasileiros.

Foi o primeiro viés que se impôs historicamente no cinema brasileiro, em especial a partir de 1975, quando a distribuidora da Embrafilme adquire porte significativo - processo que ocorre no bojo de grandes mudanças na política cinematográfica estatal. É neste momento que o grupo egresso ou ligado ao Cinema Novo adquire grande poder na empresa, fato que pode ser constatado pelas indicações de Roberto Farias, para dirigir a Embrafilme, e
de Gustavo Dahl, para ficar à frente do setor de distribuição. Em um texto clássico do pensamento industrial, Gustavo Dahl defende a ação da Embrafilme no campo da distribuição, por possibilitar que a produção ocupasse o mercado. Isso seria fundamental, pois segundo o cineasta:
Para que o país tenha um cinema que fale a sua língua é indispensável que ele conheça o terreno aonde essa linguagem vai se exercitar. Esse terreno é realmente o seu mercado. Nesse sentido explícito, é válido dizer que “mercado é cultura”, ou seja, que o mercado cinematográfico brasileiro é, objetivamente, a forma mais simples da cultura cinematográfica brasileira (Dahl, 1977, p. 127).

No entanto, a crise que solapou o cinema brasileiro nos anos 1980 atingiu evidentemente a Embrafilme e sua distribuidora. Conforme mencionei, em 1990 a empresa foi extinta, mas já então ela havia deixado de cumprir um papel efetivo de apoio ao cinema nacional.

Após o advento da Lei do Audiovisual, em 1993, e do subseqüente aumento da produção de longas-metragens, a corporação voltou a se defrontar com a questão do mercado, em especial no que tange à distribuição. Em depoimento colhido em 1999, a diretora Eliane Caffé entende que a questão da distribuição e da exibição é central para o cinema brasileiro. Seu filme Kenoma (1998) – distribuído pela Riofilme – fora lançado apenas com três cópias.

É uma loucura! É R$ 1,7 milhão investido num filme; eu passo três, quatro anos trabalhando, e o filme é lançado com três cópias num território enorme como o do Brasil. É quase como enterrá-lo num cemitério! E isso é uma contradição (Nagib, 2002, p. 136).

Em depoimento também colhido em 1999, Lírio Ferreira é outro cineasta que aponta a distribuição como um “problema crônico” do cinema brasileiro e afirma que a Riofilme “é a única possibilidade clara de distribuição de filmes nacionais” (Nagib, 2002, p. 141).

A menção à Riofilme, nesses e em muitos outros depoimentos e entrevistas de cineastas, não é casual. Essa empresa pública municipal do Rio de Janeiro foi criada em 1991 em plena crise da produção, constituindo-se no instrumento fundamental para a distribuição do filme nacional naquele momento. André Gatti informa que, dos cerca de 170 filmes brasileiros lançados comercialmente no período de 1992 a 2000, a Riofilme foi a distribuidora de 98 títulos, ou seja, mais de 50% do total (Gatti, 2003, p. 603).

Parece bem evidente que a Riofilme foi baseada na experiência da distribuidora da Embrafilme – e neste sentido sua criação envolveu não apenas cineastas como Nelson Pereira dos Santos, mas ainda, ex-funcionários do antigo órgão federal. Ou seja, pretendia-se reconstituir a distribuidora única para o produto nacional tendo por base o aparato estatal. No entanto, as mudanças na política carioca, o grande leque de atividades da Riofilme – produção de longas e curtas, distribuição propriamente dita, atuação no setor de exibição etc. – e a falta de recursos financeiros e de pessoal para lançar todas as fitas que compunham a sua carteira, levaram a empresa a ter atuação bastante tímida no mercado.

Finalmente, não se deve esquecer que a década de 1990 foi marcada por mudanças na distribuição cinematográfica, que passou a se concentrar cada vez mais em um número restrito de produções, lançadas na maior quantidade possível de salas e com grande investimento de marketing. A Riofilme absolutamente não se enquadrava nesse tipo de trabalho com os filmes.

Como observa o pesquisador André Gatti, até mesmo no campo das produções brasileiras a Riofilme tem um papel modesto quando se leva em conta os maiores sucessos de público. Dos vinte filmes brasileiros de maior bilheteria entre 1995 e 2000, a Riofilme foi responsável pela distribuição de apenas três títulos e, mesmo assim, em regime de codistribuição com outras empresas (Gatti, 2003, p. 610).

Em decorrência desse quadro, há o reaparecimento da proposta de associação com os distribuidores estrangeiros. Na verdade, a Lei do Audiovisual, via o seu artigo terceiro, permite que as distribuidoras invistam até 70% do imposto devido sobre a sua remessa de lucros na produção de filmes brasileiros.

Mas ainda há certa desconfiança da corporação em relação às distribuidoras estrangeiras. A possibilidade de ter um lançamento alavancado pelo know-how e pelos recursos dessas empresas não é vista de maneira totalmente positiva. A produtora Nora Goulart, por exemplo, entende que as distribuidoras já possuem um esquema “padronizado” para lançar os filmes brasileiros copiados dos filmes norte-americanos, de maneira que pouco se dispõem a discutir as especificidades da fita nacional. Mas isso não é consenso.

Já a produtora Rita Buzzar possui uma perspectiva positiva da ação do distribuidor estrangeiro. No seu caso específico, ela afirma que, além dos recursos via artigo terceiro da Lei do Audiovisual, o trabalho com o distribuidor permite o acesso a uma larga e constante experiência de mercado, pois uma distribuidora lança vários filmes por ano, permitindo-lhe grande conhecimento do público, de estratégias de lançamento etc.
É possível constatar que as distribuidoras estrangeiras incentivadas pela Lei do Audiovisual têm alterado a sua postura tradicional de falta de relação com a produção brasileira. De fato, em graus variados de uma empresa para outra, têm coproduzido e distribuído filmes brasileiros, e são um instrumento para que tenham bom desempenho no mercado.

*Trecho do artigo de Arthur Autran no livro “Cinema e Mercado”, volume III da coleção “Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira”, uma coedição do Instituto Iniciativa Cultural e Escrituras Editora.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

50% DE DESCONTO PARA ALUNOS DE COMUNICAÇÃO DO IZABELA


Curso Comunicação para Pequenas e Médias Empresas

O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, mas também com altos índices de mortalidade empresarial, onde, segundo pesquisa do Sebrae/SP, 56% das empresas não completam o quinto ano de vida.
Muitos são os fatores que contribuem com esta estatística. De acordo com especialistas, uma das principais motivos desse alto índice é a falta de qualificação do empresariado em áreas como gestão, comunicação e marketing.
Este curso tem por objetivo informar o pequeno e médio empreendedor sobre os princípios da comunicação e do marketing empresarial e sua aplicabilidade nos negócios, gerando retorno para o sucesso de suas empresas, dentro de um contexto mercadológico cada vez mais competitivo, é fundamental ter conhecimento técnico para a assertividade das ações.

Facilitadora: Chana Vasco - Relações públicas, com pós graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Ela possui mais de dez anos de experiência de mercado, em empresas de diversos portes. Atualmente, é professora universitária, diretora da Alertse e ministra cursos livres na área de comunicação, gestão e terceiro setor em faculdades e empresas.

Data: 11/12

Horário: 09h às 18h

Local: Espaço-Cliente da Alertse Qualificação Profissional – Rua João Gualberto Filho 1351/ 403 – Cidade Nova - BH

Investimento: R$ 470,00
Preço promocional para inscrições até 03/12: R$ 423,00
Investimento para parceiros até o dia 03/12: R$ 212,00
Investimento para parceiros após 03/12: R$ 235,00

*Descontos não cumulativos
Desconto de 30% para estudantes de entidades não-conveniadas
Desconto de 50% para parceiros

Informações e inscrições:
Telefone: (31) 3243-5774 / (31) 9872-0260
Email: shirley@alertsequalificacao.com.br
Blog: alertsequalificacao.wordpress.com
Site: www.alertsequalificacao.com.br
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Internet e tecnologia nos cursos universitários

Por André Felipe, Ariane Oliveira, Daniela Figueiredo, Danilo Viegas, Graziele Oliveira, Marinha Luiza, Thiago Lima e Wallyson Souza.




A tecnologia tem se tornado cada vez mais presente no cotidiano acadêmico. Alunos de diversos cursos utilizam a internet como meio de pesquisa e até mesmo como entretenimento. Mas de que maneira as novas tecnologias interferem no curso e como elas ajudam ou, até mesmo, atrapalham os alunos?

Leila Almeida, 18, faz cursinho pré-vestibular e pretende cursar direito em 2011. Ela acredita que a internet não a influenciou na escolha do curso, mas gosta das novas tecnologias porque elas ajudam na hora de estudar. A estudante cita como exemplo as aulas multimídia oferecidas em seu cursinho.

Karine Richard, 18, também é estudante em um pré-vestibular e tem como meta o curso de medicina. Ela diz que a tecnologia é essencial no curso que escolheu mas que tudo tem limite. Segundo Richard, aulas à distância não seriam muito interessantes para ela. 

Em relação à entretenimento, Richard admite que acessava a internet todos os dias para se comunicar com amigos, mas quando começou a estudar para o vestibular mudou de postura. “Dei minha senha para outra pessoa”, disse à jovem se referindo ao Orkut.

Quando se trata de EAD (Educação a Distância) as opiniões divergem-se. Alguns acham prático estudar em casa, outros acham o acesso complicado. André Teodoro cursa o terceiro período de engenharia ambiental no Centro Metodista Izabela Hendrix e tem dificuldade em acessar o Siga, o portal de aulas EAD da instituição. “Acho o siga horrível”, disse Teodoro que afirmou ainda ter dificuldades em consultar sua situação acadêmica no portal.


Assista alguns depoimentos:







Mudança do ponto final da linha 4107 - Aglomerado da Serra

Matéria da aluna de jornalismo Fabiana Farias.

Tim Burton cria conto colaborativo no Twitter

Projeto começou como um trailer falso e ganhou sinal verde


Tim Burton está criando uma história com a ajuda de pessoas no Twitter. Há dez dias ele publicou a primeira frase de uma aventura de seu personagem Stainboy - e já tem 43 novos segmentos selecionados dando continuidade à trama.

O primeiro foi “Stainboy, usando suas óbvias habilidades, foi chamado para investigar uma misteriosa meleca brilhante no chão da galeria". A história desde então seguiu com novos parágrafos diariamente e pode ser lida, em inglês, no site Tim Burton´s Cadavre Exquis. Ela termina em 6 de dezembro.

A técnica colaborativa do Cadavre Exquis é bastante conhecida, mas é a primeira vez que um cineasta renomado a emprega no Twitter. Se quiser participar, leia o último parágrafo disponível no site e o continue - no mesmo idioma, obviamente - usando a hashtag #BurtonStory.
Stainboy é um personagem criado por Burton em suas coleções de contos e já teve alguns curtas animados em Flash. Assista ao primeiro deles abaixo:

Lula elogia operação no Alemão


 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a operação contra o domínio do tráfico de drogas no complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Lula reiterou que o governo federal está disposto a dar todo o apoio necessário para o combate ao crime organizado e ter mais um motivo para visitar o conjunto de favelas.
- Independentemente dessa operação eu iria visitar o complexo do Alemão. Eu, agora, vou com muito mais prazer. Não sabemos se todos os bandidos fugiram, se há muitos lá dentro, se estão escondidos. De qualquer forma, demos o primeiro passo. Quero reiterar o que eu disse na sexta-feira: o que o Rio precisar para que a gente acabe com o narcotráfico, o governo federal está disposto a colaborar.
O presidente ressaltou ainda a participação do governador do Rio, Sérgio Cabral. De acordo com ele, a união entre os governos federal e estadual fez a diferença para o sucesso da primeira etapa da operação.
- Fica demonstrado que, com a união entre governo federal, governo estadual e os órgãos de inteligência das polícias, as coisas funcionam. Quando ficamos disputando entre nós quem é mais bonito, quem é melhor, o povo paga o prejuízo.
 operação no complexo do Alemão faz parte da reação da polícia à onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro na última semana, quando dezenas de carros foram incendiadas em vários pontos do Rio de Janeiro e houve ataques a policiais.
A ação dos criminosos foi vista pelo governo estadual como uma resposta às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) instaladas nos dois últimos anos em comunidades antes dominadas pelo tráfico. Para conter os ataques, a polícia, com apoio das Forças Armadas, realizou uma grande ofensiva na última quinta-feira (25) na Vila Cruzeiro, forçando a fuga de centenas de traficantes para o vizinho complexo do Alemão, onde foram cercados nos dois dias seguintes.
retirado: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/lula-elogia-operacao-no-alemao-e-diz-que-vai-visitar-o-complexo-20101129.html

JUÍZES E CONSUMIDORES

O Direito do Consumidor pegou no Brasil graças a duas leis que fizeram aniversário no último mês de setembro: o Código de Defesa do Consumidor, que fez 20 anos, e a Lei dos Juizados Especiais, que fez 15 anos. O brasileiro de hoje tem mais cidadania que o brasileiro do início da década de 90 e isso se deve, em larga medida, à ampliação do acesso à justiça promovida pelos juizados especiais ao efetivar os direitos dos consumidores. Hoje em dia, o consumidor tem direitos que não estão previstos apenas no papel.


De maneira descomplicada, informal e, em muitos casos, efetiva, as pessoas passaram a ter garantido o direito de se voltar contra quem fornece produtos ou serviços defeituosos. O Código de Defesa do Consumidor criou o direito e a lei dos juizados especiais permitiu fazer valer o direito na prática.


Principalmente nos grandes centros urbanos, o hábito de ir a juízo para reclamar de um fornecedor de produto ou serviço defeituoso se tornou coisa corriqueira, feita sem grandes formalidades, bastando se dirigir a um posto de atendimento judicial (há diversos deles nos fóruns, em faculdades de Direito, nos aeroportos e até em estacionamentos de shopping centers) e fazer a reclamação. Não é preciso ter advogado e há a certeza de que o caso ganhará andamento, com a realização de audiências, eventual proposta de acordo e, até mesmo, a condenação do fornecedor em reparar os defeitos ocorridos e os danos causados.


Mas a corrida pela realização dos direitos dos consumidores também teve efeitos colaterais. O Poder Judiciário não estava preparado para enfrentar o aumento de processos judiciais. Por mais que a lei privilegie a informalidade, a oralidade e a celeridade, o que se vê são montanhas de processos de papel que se acumulam por anos em prateleiras, salas, prédios inteiros. A lei dos juizados especiais tinha a meta de desburocratizar o Judiciário, mas o que aconteceu foi que o Judiciário burocratizou as pequenas causas.


Na maioria das cidades do Brasil é o mesmo juiz que julga as pequenas e as grandes causas, aplicando o mesmo tratamento para os dois tipos de processos. A lei prevê que em processos de pequenas causas não haverá perícias, pois são causas de pouca complexidade. Mas não é raro haver perícias nesses processos. A lei prevê que a defesa do réu nas pequenas causas será feita oralmente, em audiência. Entretanto, todos os dias são expedidos milhares de mandados judiciais avisando os réus de que o prazo para apresentação de defesa escrita é de cinco, dez ou quinze dias e que não haverá necessidade de realização de audiência. Cada juizado tem seu próprio Código de Processo Civil. Ainda essa semana foi publicada decisão do Superior Tribunal de Justiça, uma das mais altas cortes de justiça do país, afirmando que é possível a realização de perícia nesse tipo de processo que, supostamente, deveria ser descomplicado.


Abarrotados com uma avalanche de novos casos a cada dia, os juízes se viram obrigados a adotar soluções caseiras para dar conta da demanda. Cada vara de juizado especial criou seu próprio procedimento e isso se deu com sacrifício das previsões legais, da segurança jurídica e dos objetivos dos próprios juizados especiais.

Essas soluções caseiras têm reflexos negativos especialmente para os fornecedores. Sem saber, por exemplo, qual é o prazo para defesa naquela vara específica, fornecedores correm o risco de perder esse prazo e não poder se defender de modo adequado. O impacto desse acontecimento em um único processo pode não aparecer, mas, considerando o número imenso de processos em tramitação, um setor inteiro da economia pode sair prejudicado.


Tudo isso é natural em um processo de consolidação de direitos civis. A lei é feita com objetivos ideais e somente com sua aplicação ao longo de anos a fio se torna possível compreender quais daqueles objetivos serão atingidos e quais precisam de mais tempo, mais recursos e mais preparo para serem alcançados. Nesse momento, parece ser importante refletir sobre o que os juizados especiais cíveis conquistaram nos últimos 15 anos e repensar a legislação para permitir que se avance rumo à celeridade e à segurança jurídica. Vencemos em parte o desafio da universalização, agora é preciso trabalhar pela qualidade do serviço judicial prestado a consumidores e fornecedores.


Paulo Doron Rehder de Araujo (fernando@azbrasil.jor.br) é advogado, doutorando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da USP, professor de Direito Privado do GVlaw (FGV-SP) e da Escola Paulista de Direito e sócio titular do Souza Araujo Butzer Zanchim Advogados.


Fonte: Equipe AZ
Brasil Assessoria & Comunicação 
(GC)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A PERFEIÇÃO TAMBÉM EXISTE EM PROPAGANDA

Quais os momentos que contam?” Sob esta reflexão, o diretor de criação Ricardo John, da Giovanni+Draftfcb, criou o belíssimo roteiro para do filme da nova campanha institucional das câmeras digitais Canon.


Embalado pela música She, um clássico composto por Charles Aznavour e Herbert Kretzmer – imortalizado na voz do primeiro –, o comercial apresenta, em 45 segundos, a história de um pedido de casamento muitíssimo original, tão eloquente quanto a força conquistada pela marca Canon com esta estratégia publicitária.

 

A mensagm começou a ser veiculada neste fim de semana e tem direção de Heitor Dhalia.

Esta é a primeira campanha das máquinas digitais Canon desenvolvida pela Giovanni+Draftfcb, que ganhou a conta em setembro, concorrendo com JWT e Loducca.




O pedido de casamento retratado pelo roteiro do filme, cujo romantismo transcende espíritos de época e perfeitamente se coaduna com o comportamento jovem da atualidade, sem pieguismo – é acompanhado, em praticamente todas as cenas, por uma Canon 5D Mark II.


A campanha também compreende produção de conteúdo em mídias digitais e um concurso cultural no Facebook, onde as pessoas poderão ver fotos do making of e postar comentários.


A agência convidou três blogueiros para analisar as cenas externas com o olhar específico de seus conteúdos nos respectivos blogs. Thais Decoussau, especialista em casamento, Thiago Mobilon, que fala sobre tecnologia, e Mark Cardoso, cujo foco é cultura e entretenimento.


As noivas que narrarem a melhor história com o tema “Quais momentos contam”, no facebook, vão concorrer ao vestido de casamento assinado por Emannuelle Junqueira, que foi usado pela atriz no filme.


A interpretação da melodia de She é do maestro Antonio Pinto, que, entre outros trabalhos, assinou a trilha do filme Senhor das Armas e é parceiro de Arnaldo Antunes no projeto Pequeno Cidadão.

Gisele Centenaro \ FONTE: Karina Okabatake | Comunicação Corporativa | Giovanni+Draftfcb Brasil





quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A credibilidade das vidas reais


Relato pessoal dá mais força à publicidade, diz professor de Berkeley, Joe Lambert

Como aproveitar a internet e a interatividade por ela proporcionada é até hoje uma dúvida que muitas empresas não conseguem sanar, agravado pela rapidez com que essas mudanças ocorrem. As estratégias de publicidade acabam sendo a parte mais visível deste dilema: como passar sua mensagem para um público que, diferente do que ocorre em outras mídias, pode responder e avaliar as suas ações?
A maneira como uma empresa pode se relacionar com os clientes é um dos temas de estudo do norte-americano Joe Lambert, cientista político da Universidade de Bekerley, Califórnia. Lambert é um dos idealizadores do Storytelling, um conceito que se transformou em tendência de marketing nos últimos anos e que consiste em associar a marca à história de seus consumidores. “As empresas precisam entender que elas existem para prestar um serviço aos consumidores, e não que estes existem para torná-las mais ricas.”
Lambert esteve em São Paulo na quarta-feira 17 para um seminário promovido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberj), Escola de Comunicação e Arte da USP (ECA) e Museu da Pessoa, do Grupo Votorantim. A CartaCapital, falou com exclusividade sobre como a internet mudou as relações das empresas com seus consumidores e de como estas ainda estão aprendendo o conceito de mídia social. De quebra, analisou como o discurso do medo nas eleições americanas conseguiu fazer do Tea Party um grupo forte no contexto político do país.

CartaCapital: O senhor diz que aprender a contar uma história, base do storytelling, se torna mais importante a cada dia, inclusive com implicações econômicas. Por quê?
Joe Lambert
: Há vários ângulos para se analisar o fenômeno. Uma delas parte da discussão sobre as celebridades. Nos anos 1950, a telenovela tornou-se importante para as pessoas comuns, que viam suas vidas representadas na tevê. Depois, a cultura dos anos 1980 criou a ideia das pessoas que são celebridades, que ditam tendências de moda e de modos de vida. Esse cenário tem mudado rapidamente nos últimos tempos com os rea-lity shows da tevê e as novas mídias, particularmente a internet. Hoje as pessoas têm espaço para falar sobre o que está acontecendo em suas vidas e ser ouvidas, e inclusive tentar ser celebridades. Veja a história de Justin Bieber, um adolescente comum que mostrou o que podia fazer no YouTube e que, dois anos depois, se tornou um fenômeno de mídia, assinando contrato com uma grande gravadora. Isso era impossível antigamente, a gravadora é que escolhia com quem gravar. Agora são as massas que selecionam pelo YouTube. E as pessoas seguem se publicando cada dia mais.
CC: Então o storytelling é cada dia mais importante porque as pessoas comuns passaram a não depender mais da mídia para selecionar por elas.
JL
: Sim, imagine uma cidade grande como São Paulo. Alguém que chegou de fora e mora em um pequeno apartamento, sem conhecer ninguém, sente necessidade de algo como a atenção que essas novas mídias podem proporcionar. Então você cria músicas, histórias, ou torna-se famoso por algo banal, como filmar a si mesmo sendo mordido por seu cachorro, ou falando sobre algo importante na sua vida, compartilhando um sentimento. E o Google vai te ouvir.
CC: De que maneira isso afeta o mundo dos negócios?
JL:
 Veja, numa propaganda convencional, por mais que você seja uma empresa confiável, os consumidores não acreditam que você esteja falando sempre a verdade. As empresas têm um problema de credibilidade ao dizer que seu produto vai fazer o consumidor mais feliz, ou mais bonito. Então há a tendência de se voltar ao jeito de como pessoas comuns são iguais à sua audiência, contando suas- histórias, dando depoimentos que dizem “sim, esse produto é importante para mim, é parte da minha vida”. É o storytelling. Conecta-se a marca à história de seus consumidores, o que dá um toque de autenticidade ao que é vendido. As empresas precisam entender que elas existem para prestar um serviço aos consumidores, e não que estes existem para torná-las mais ricas.
CC: Há vários casos de uso malsucedido de mídias sociais para fins publicitários. O storytelling também se insere neste contexto, não?
JL
: Analiso apenas alguns aspectos das mídias sociais, e, no que me concerne, entendo que a melhor maneira de usá-las em publicidade é para analisar as preferências do consumidor. Exemplo: sites de vendas de livros que possuem avaliações de leitores. Agora, quando uma empresa tenta criar seu próprio Facebook para atrair usuários a este serviço, não funciona, é uma idea-lização. As pessoas estão na internet contando histórias e, em vez de você procurar se inserir nas histórias delas, acaba tentando contar a elas o que você quer. Muitas das pessoas que vieram das velhas mídias lidam hoje com as novas de maneira errada, pois acreditam que o trabalho de publicidade com o consumidor é a repetição da marca. Na verdade é preciso aprender como é o seu consumidor e fazer aquela pequena mudança que vai ser exatamente o que ele precisa.
CC: No Brasil tivemos uma eleição presidencial na qual o uso das emoções foi fortemente explorado. O presidente Obama também fez isso muito bem em 2008…
JL
: De fato, mas não fez bem agora em 2010, quando perdeu as eleições legislativas. Precisamos de um balanço entre o racional e o emocional, e o emocional esteve muito forte agora. Se você vai muito para um lado, você não motiva. As discussões sobre política liberam muita energia negativa. Se a oposição tem o discurso de que o mundo vai acabar e tudo o que você acredita vai ser destruído, tem-se uma discussão- em que todos vão perder. Nada vai acontecer nos próximos dois anos nos EUA, porque, para vencer, há políticos que criaram muita animosidade. Como negociar com quem você brigou tão ferrenhamente? Quem acha que venceu na verdade perdeu, porque perdeu a habilidade de dialogar, de governar. A única perspectiva (na campanha eleitoral) foi fazer todo mundo sentir medo.
CC: E esse discurso emocional de medo permitiu um crescimento do Tea Party.
JL:
 Sem dúvida, o ponto é se há muito coração e pouca cabeça. Perdeu-se o foco do que os Estados Unidos precisam fazer para sair desta crise. Temos um problema econômico grave e falar sobre o medo não é uma das maneiras corretas de se fazer isso. O argumento do Tea Party: há muitos imigrantes vindo para os EUA, pagamos muitos impostos e o governo está te dizendo como deve ser o seu plano de saúde. Todos os argumento são baseados em negativas. Então me pergunto: o que de positivo deve ser feito? Qual sua solução? Isso não dizem, apenas se diz que se está com medo. O Tea Party quer voltar para um mundo dos anos 50, que mudou, os Estados Unidos não são mais a potência que foram. É um discurso defasado.
Fernando Vives
retirado http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/a-credibilidade-das-vidas-reais

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

COMBATE AO CRACK RASGA A FANTASIA DO DEIXA PRA LÁ NO SUL DO PAÍS

Sete instituições públicas e privadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina assinaram nesta terça-feira, 23 de novembro, o protocolo de cooperação para a fundação do Instituto Crack Nem Pensar, organização que pretende ser referência na produção de conhecimento para o enfrentamento da droga. Realizado no Salão Nobre da sede da RBS, em Porto Alegre, o ato teve
presença confirmada de todos os parceiros e do presidente do Grupo RBS,
Nelson Sirotsky.




Com sede inicialmente em Porto Alegre, o Instituto Crack Nem Pensar será uma organização de direito privado sem fins lucrativos voltada à produção e disseminação de conhecimento e à capacitação de agentes sociais para atuar no combate às drogas nos dois Estados.



A governança, a estrutura e o modelo de operação serão definidos nas próximas semanas.

O ato marca ainda a finalização da segunda etapa da campanha “Crack, nem pensar”, lançada em maio de 2009 pelo Grupo RBS, cujo principal foco é a prevenção.

“A campanha contra o crack alcançou um resultado extraordinário nos dois Estados e agora é uma luta de todos. Estamos muitos satisfeitos em ver que a grande mobilização da sociedade será mantida por meio do Instituto Crack Nem Pensar, uma instituição que nasce para reduzir a carência de informações e treinamento sobre as drogas no País e, tenho certeza, em breve será uma referência nacional para profissionais da área, destaca Nelson Sirotsky.

Projeto Observatório sobre o Crack e outras Drogas

Uma das primeiras ações será a criação do Observatório sobre o Crack e outras Drogas, um centro de referência que contará com um banco de dados para mapear as práticas no RS, SC e no Brasil.

 Todas as informações serão centralizadas em um site, produzindo indicadores sobre o assunto.

Também serão lançados em 2011 dois concursos: de monografias nas mais diversas abordagens como saúde, assistência social e jurídico, e de projetos, para alunos e escolas de Ensino Médio.

Em um segundo momento, o Instituto Crack Nem Pensar viabilizará a capacitação de agentes sociais para atuar na prevenção contra a droga.